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ASPECTOS HISTÓRICOS DA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO PIAUÍ

Nos anos 1980, enquanto o Brasil atravessava a transição de um regime ditatorial para a democracia, um grupo de visionários pesquisadores piauienses ousou sonhar alto: eles acreditavam no potencial do estado do Piauí não apenas como um mero consumidor, mas como um protagonista no cenário científico nacional. Foi dessa chama de idealismo compartilhado que nasceu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), uma instituição que se tornaria um catalisador vital para o desenvolvimento científico e tecnológico da região.

texto de João Batista Lopes e Marcoelis Pessoa de Carvalho Moura


Convidamos você a percorrer conosco a trajetória que fez a FAPEPI se tornar realidade, a partir de um ideal compartilhado por pesquisadores, que no aprender a fazer Ciência, acreditaram no potencial piauiense de ser protagonista e não apenas mero consumidor do conhecimento.


Esta história começa nos anos de 1980, que foram de efervescência para Ciência no Brasil, período em que o país migrava de um regime ditatorial para a democracia. A região Nordeste, contava com poucas instituições de ensino superior e com limitação de recursos humanos qualificados no quadro de pessoal docente, com exceção dos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, cujas universidades federais já dispunham de cursos de pós-graduação stricto sensu e colaborava com a qualificação de professores de outros estados nordestinos e de outras regiões do país.


Os primeiros pesquisadores brasileiros com formação adquirida inicialmente do exterior (até os anos de 1970) foram responsáveis por impulsionar a pós-graduação, predominantemente, em universidades de estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, além das universidades nordestinas citadas anteriormente, todas consideradas, referência em diversas áreas do conhecimento.


Em 1971, com a união de faculdades piauienses isoladas e a criação de novos cursos em diferentes áreas de conhecimento, foi possível a institucionalização da Universidade Federal do Piauí (UFPI), período em que no Brasil se vivenciava a estruturação da pós-graduação stricto sensu, pós reforma universitária de 1968, cuja política priorizou a institucionalização de centros regionais em Instituições de Ensino Superior (IES), que tivessem o mínimo de estrutura compatível com a natureza da pós-graduação, na perspectiva do Ministério de Educação (NAZARENO; HERBETTA, 2019, p. 105)¹.


A UFPI, pioneira no estado, dispendeu grandes esforços, por longos períodos, para qualificar seu quadro de pessoal (docente e técnico-administrativo), num processo entremeado de obstáculos de diferenciadas ordens, principalmente, os de substituição dos docentes da sala de aula, durante o afastamento, cujo espaço temporal oscilava em torno de dois anos e meio para o mestrado e de quatro anos para o doutorado.


O retorno destes professores, prontos para contribuir com o desenvolvimento científico do Piauí, constituiu-se no aumento do número de pesquisadores, que foram se associando ao grupo liderado por Afonso Sena Gonçalves, professor da UFPI, em busca de mecanismos para o financiamento da Ciência no Estado.


Assim, tiveram início os primeiros movimentos em torno da construção da proposta de criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí, que com a Lei de criação no ano de 1993, foi designada Professor Afonso Sena Gonçalves.


Um líder: articulação para a consolidação de um sonho coletivo


As primeiras sementes da atividade de pesquisa no Piauí foram lançadas pela Universidade Federal do Piauí e Embrapa Meio-Norte, com a determinação dos pesquisadores, fundamental na superação das dificuldades e para o sucesso na realização dos cursos ofertados pela UFPI e das novas IES que surgiam no Estado, em especial na capital, a exemplo da UESPI.


Estes pesquisadores reconheciam a importância da pesquisa para o meio acadêmico. E, embora, o contexto fosse de recursos financeiros escassos, limitações da infraestrutura física, laboratorial, de equipamentos e de custeio das atividades de pesquisa, os pesquisadores mantinham firme o ideal da pesquisa, e o grupo foi se consolidando com o propósito da busca de financiamento.


Cresceu nos pesquisadores o sentimento da necessidade da institucionalização de um órgão com a missão de coordenar e fomentar as ações de pesquisa nas amplas áreas de conhecimento, com foco na realidade piauiense, respeitando as prioridades para o desenvolvimento do Estado.


Neste contexto, Afonso Sena, pessoa humana, de sensibilidade ímpar, idealizador engajado, que pensava muito além do seu tempo de modo inovador, coordenou em meados de 1980, um grupo formado por pesquisadores das diferentes instituições do Estado, em uma ação sinérgica, tendo como princípio norteador a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí.


Os passos iniciais em busca da realização do sonho da criação da FAPEPI foram marcados por discussões, a partir de variados momentos, com docentes e pesquisadores da UFPI, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Educação do Estado do Piauí (FADEP) e EMBRAPA, que ocorriam em ambiente informal, sem o devido registro, em consequência, ao longo desta trajetória, foram perdidas informações relevantes, bem como nomes de pesquisadores que contribuíram e participaram deste movimento.


Todavia, não pode ser esquecida a participação de pesquisadores integrados a essa causa, os quais contribuíram significativamente na formalização do projeto de Lei da criação da FAPEPI.


Nos últimos anos da década de 1980, as visitas aos gabinetes dos deputados foi frequente. E, no ano de 1991, o deputado Nazareno Cardeal Fonteles incorporou a ideia e tomou para si a iniciativa de apresentar o projeto de Lei na Assembleia Legislativa.


Foram três anos de tramitação e de negociação da comissão, também, com o Palácio do Karnak, buscando a adesão da comunidade científica e dos deputados, até que em 20 de dezembro de 1993, foi sancionada a Lei Nº 4.664 que instituiu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí Professor Afonso Sena Gonçalves (FAPEPI), com previsão de recursos na ordem de 1% da receita estadual para financiamento de suas ações (Reverso, pag.6)².


Nesse sentido, foi assegurada a missão primordial da FAPEPI de estimular o desenvolvimento científico e tecnológico do estado do Piauí, com alocação de recursos financeiros para pesquisas, capacitação de recursos humanos e realização de eventos de interesse da comunidade científica.


No desfecho desta vitoriosa batalha, Afonso Sena, que em maio de 1992, faleceu vitimado por um infarto fulminante, não pode comemorar a concretização do sonho liderado por ele. Entretanto, vale lembrar que foi o responsável por todo arcabouço necessário para a criação da FAPEPI, constituindo num grande marco para a comunidade científica piauiense e, consequentemente, um grande legado para a nossa sociedade.


Na solenidade de instalação da FAPEPI, em novembro de 1994, o governador Guilherme Melo, reconhecendo os esforços dispendidos e a relevância da criação da Fundação, concedeu a outorga “Mérito Científico” ao grupo de articulação que participou da fase final do seu processo de criação.


Na ocasião foram homenageados os professores/pesquisadores que contribuíram com a criação da FAPEPI: Afonso Sena Gonçalves (in memoria), Almir Bittencourt da Silva, Carlos Alberto Lopes Fonteles, Francisco de Assis Veloso Filho, Francisco Guedes Alcoforado Filho, Francisco Rodrigues Freire Filho, Goethe Romel Veras de Sandes, João Batista Lopes, Joaquim Gomes da Costa Filho, José Augusto de Carvalho Sobrinho, José Herculano de Carvalho, José Nazareno Cardeal Fonteles, Manoel Chaves Filho, Maria das Graças Targino Moreira Guedes, Maria de Lourdes Rocha Lima Nunes, Maria do Perpétuo Socorro Cortez Bona do Nascimento, Modesto Brito de Melo, Paulo Rómulo de Oliveira Frota, Rédia Vitória da Silva Feitosa e Valdenir Queiroz Ribeiro (Jornal o Dia, p. 2, 1994)³.


A FAPEPI: Legado de 30 anos para a Ciência no Piauí


Tem sido crescente o papel desempenhado pela FAPEPI para a comunidade científica piauiense e para o desenvolvimento do Piauí, e pelos avanços alcançados pelos pesquisadores nas amplas áreas de conhecimento e o fortalecimento das instituições de pesquisa e ensino. Assim, não se pode pensar em ciência, tecnologia e inovação no Piauí sem a efetiva presença da FAPEPI.


Para compreendermos a importância da FAPEPI e sua representatividade para o meio acadêmico e instituições de pesquisa, percorreremos a seguir, em ordem cronológica, diferentes momentos ao longo da sua trajetória. Nesse sentido, o marco temporal contempla a gestão dos 13 presidentes que assumiram a missão da organização de sua infraestrutura, consolidação, estabelecimento de parcerias e criação de programas de apoio à pesquisa, extensão e eventos científicos.


1ª Gestão - presidente: Elmano Férrer de Almeida


No período entre 1994 e 1995, assumiu a presidência da FAPEPI, o então Secretário de Planejamento o Engenheiro Agrônomo Elmano Férrer de Almeida, sendo a sua gestão marcada pela predominância de atos administrativos, visando a estruturação da Fundação, necessários para garantir sua infraestrutura.


2ª Gestão - presidente: Maria de Fátima Aquino Matos


No período de 1996 a 1999, as ações foram centradas na organização da Fundação e na capacitação do quadro de pessoal (SAPIENCIA, 2013, p. 08), visando a estruturação e regulamentação do funcionamento da FAPEPI.


Segundo a Presidente, entre os amplos problemas enfrentados, se destacou o de efetivar o repasse dos recursos financeiros por parte do Estado, conforme previsto em Lei, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico do Piauí.


Na gestão houve a instalação física da FAPEPI em março de 1996, no Centro Administrativo do Estado; a elaboração do Regimento Interno aprovado pelo Conselho Superior da FAPEPI e pelo Governo do Estado.


3ª à 5ª Gestão - presidentes: Valdionor Albuquerque Barros (1999-2000) Maria Marta dos Santos (2000) e Antonio de Pádua Costa Lima (2000-2001)


No período entre 1999 e 2001, em momentos constituídos de transição de governos, a FAPEPI contou com a participação de três presidentes, por período curtos, os quais mantiveram a estrutura administrativa da FAPEPI em funcionamento (SAPIENCIA, 2013, p. 08),


6ª Gestão - presidente: Maria de Fátima Aquino Matos (2001 a 2002)


Esta gestão enfrentou grandes desafios e, em um cenário de dificuldades financeiras, adotou estratégias, com foco na captação de recursos.


Buscando sanar as dificuldades priorizou: a formalização de parceiras institucionais no âmbito nacional, estadual e municipal e com empresa do setor privado; estabelecimento de prioridades de investimento voltados para capacitação e formação de técnicos locais para atuarem no ambiente de Ciência, Tecnologia e Inovação; realização sistemática de eventos nas áreas de Ciência e Tecnologia e Inovação, favorecendo a interação e integração dos organismos de Ciência, Tecnologia e Inovação.


O vigor da gestão é evidenciado pelas parcerias estabelecidas e programas criados: Programa Piauiense da Apoio às Tecnologias Apropriadas (PEPITA), em convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para apropriação econômica e social do conhecimento técnico científico, em que foram disponibilizadas bolsas de iniciação científica, pesquisa e extensão em diferentes áreas; parceria com a Rede Nacional de Pesquisa (POP/RP) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para instalação dos Pontos de Presença, com o acesso à Internet aos campi da UFPI em Teresina e da UESPI em Teresina, Campo Maior, Parnaíba, Picos e Bom Jesus; Programa Pró-Ciências, conveniado entre MCTI/SEICCT-PI, que resultou na capacitação de professores para o desenvolvimento da iniciação científica, com estudantes do ensino médio.


Na gestão entre outras ações, foi formalizado o Apoio ao Programa de Pós-Graduação e Pesquisa (PGP), por meio de convênio com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), para fortalecer a base de pesquisa para implantação dos cursos de Pós-Graduação nas universidades e a FAPEPI coordenou os Arranjos Produtivos Locais (Carnaúba, Carcinicultura, Cajucultura e Apicultura).


7ª Gestão - presidente: Acácio Salvador Véras e Silva


No período de 2003 a 2010, Acácio Véras assumiu a presidência da FAPEPI por dois mandatos, constituindo-se no presidente mais longevo da Fundação. Sua gestão foi marcada, pelo estabelecimento de plano de trabalho como foco voltado nos avanços científicos e tecnológicos em consonância com o desenvolvimento sustentável do Piauí.


Durante esses mandatos, a instituição passou, pela primeira vez, a investir recursos financeiros em pesquisa, por meio de editais públicos, fazendo concessão de bolsas em diversas modalidades, desde o ensino médio (iniciação científica) à pós-graduação (mestrado e doutorado).


A gestão estabeleceu como meta principal o desenvolvimento de ações de Ciência e Tecnologia, com resgate da competência institucional da FAPEPI, por meio de parcerias com agências fomentadoras de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nacionais, com a finalidade de financiar projetos de pesquisa e conceder bolsas para pesquisa, constituindo-se em mais um grande desafio.


Foram ações relevantes nesta gestão: o financiamento de pesquisas por meio de concessão de auxílios financeiros a projetos de fortalecimento de infraestrutura de pesquisa científica desenvolvida em instituições de ensino superior e/ou de pesquisa, públicas ou privadas do Piauí, beneficiando sobretudo a apicultura, agricultura de soja, feijão caupi, carnaúba e cajucultura, carcinicultura, ovinocaprinocultura, plantas medicinais, ciência da saúde, ciências humanas.


Nos primeiros seis anos da gestão, foram concedidas pela FAPEPI aproximadamente 1.000 bolsas de pesquisa científica e tecnológica, que beneficiaram pesquisadores qualificados com doutorado, bem como a estudantes do ensino médio de escolas públicas, programa até então, inexistente no Piauí, além das bolsas de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado; a criação deste informativo científico “SAPIÊNCIA, que contribui para popularização da Ciência, inclusive a partir de 2003, recebeu Menção Honrosa no 26º Prêmio José Reis de Divulgação Científica (2006), concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico na modalidade “Instituição”; reconhecimento Nacional da FAPEPI, que em 2009, teve seu presidente eleito Vice-Presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), cargo de projeção nacional, o que trouxe muita visibilidade e destaque à FAPEPI.


A última ação da gestão, foi a transferência da FAPEPI do Centro Administrativo para uma sede própria - Edifício Afonso Sena, localizado na Avenida Odilon Araújo, no bairro Piçarra.


8ª Gestão - presidente: Bárbara Olímpia Ramos de Melo


No período de 2011 a 2016, a FAPEPI teve a segunda mulher a ocupar o importante cargo de presidente, reconhecida por sua dedicação e competência. Em sua gestão, a FAPEPI continuou avançando e consolidando as conquistas obtidas ao longo dos anos.


Nesta gestão foram implantadas as Câmaras Técnicas, contemplando todas as grandes áreas do conhecimento, fortalecendo o quadro de consultores para as diversas ações e houve a ampliação dos convênios com a CAPES, para concessão de bolsas de mestrado e de doutorado, ação relevante na consolidação dos programas de pós-graduação das instituições de ensino superior do Piauí.


Outras ações de destaque são: a renovação de parcerias com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) relativos aos programas Primeiro Projetos (PPP), Nucelos Emergentes (PRONEM) e de Apoio a Núcleo de Excelência (PRONEX), bem como, parcerias com a Secretaria de Estado de Educação do Piauí (SEDUC) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) para apoio de projetos voltados para o fortalecimento da Educação Básica e fortalecimento do programa de apoio à qualificação dos docentes da UESPI, com a concessão de bolsas de mestrado e doutorado.


A gestão de Bárbara Melo, promoveu ainda, a reforma do andar térreo da FAPEPI para otimização dos espaços e uso e o fortalecimento da Rede Poty com ampliação da rede com fibra ótica. Além das ações supracitadas, viabilizou editais com fluxos contínuo para apoiar a organização de eventos e a participação de pesquisadores em eventos científicos.


9ª e 10ª Gestão - presidentes: Félix Fernando Raposo Filho e Francisco Soares Santos Filho


No ano de 2014, a FAPEPI teve um período de transição administrativa, em que contou com a participação de dois presidentes, Félix Fernando Raposo Filho e Francisco Soares Santos Filho. Na gestão de Soares por um período relativamente curto, se destacaram as seguintes ações: implantação do Edital de bolsas de Desenvolvimento Científico Regional (DCR), do Edital de Pós-graduação para professores da UESPI, a renovação do Edital Programa Primeiros Projetos (PPP), junto ao CNPq e do Edital Programa de Excelência Acadêmica (PROEX), junto ao CNPq.


11ª Gestão - presidente: Francisco Guedes Alcoforado Filho


Na sequência de administradores, de 2015 a 2018, o Engenheiro Agrônomo Francisco Guedes Alcoforado Filho, que participou ativamente da luta pela criação da FAPEPI, especialmente, nos anos de 1993 e 1994, como um dos representantes da EMBRAPA Meio-Norte, nesta caminhada, ao lado de diversos professores e pesquisadores do Piauí, tornou-se presidente da FAPEPI.


Dentre os principais avanços na CT&I durante seu mandato à frente dessa importante agência de fomento, ele destaca os seguintes:


- Apoio à Instituição da Universidade Aberta do Piauí (UAPI), a partir de parceria entre FAPEPI, UESPI e a Secretaria de Educação do Piauí (SEDUC), tratando-se de um programa de ensino de graduação e pós-graduação, concebido com o propósito de promover a educação à distância, visando expandir e democratizar o acesso a cursos e programas de educação superior em todos os 224 municípios do Estado do Piauí;


- Fomento à Descentralização das Instituições de Ensino Superior, considerando o processo de expansão das Universidades Federais e Estadual no Piauí, da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) e dos Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, cujo crescimento resultou em aumento significativo de profissionais com doutorado no Estado, registrando incremento de aproximadamente 470% em apenas uma década;


- Impulso ao aprimoramento dos Programas de Pós-Graduação no Piauí, envolvendo investimento significativo de aproximadamente 30 milhões de reais, por meio de parceria FAPEPI e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), viabilizando a seleção de 180 candidatos para o mestrado e 70 para o doutorado, totalizando a concessão de 400 bolsas de mestrado, 100 de doutorado e 80 de pós-doutorado, durante a gestão;


- Incentivo à Inovação no Piauí, apoiando o Fórum de Tecnologia da Informação e Comunicação do Piauí (I FORTIC);


- Apoio à Câmara Setorial de Tecnologia de Informação e Comunicação (CSTIC);

- Criação do Programa Inova Piauí, iniciativa que se destina ao fortalecimento dos Polos Tecnológicos do Estado;


- Apoio ao Centro de Inteligência em Agravos Tropicais, Emergentes e Negligenciados da Universidade Federal do Piauí (CIATEN), que se constitui núcleo de pesquisas inovadoras;


- Apoio à Aliança para Inovação Agropecuária, que reúne instituições de ensino, pesquisa e extensão, além de entidades empresariais e representantes de trabalhadores dos estados do Piauí e Maranhão, em que a FAPEPI contribuiu financeiramente para dois importantes projetos da Embrapa Meio-Norte (Geração de tecnologias para o cultivo sustentável da cajazeira e Transferência de tecnologias e inovação em fruticultura irrigada para os perímetros irrigados prioritários do Estado do Piauí), com orçamento de 3,4 milhões de reais de recursos do governo do Estado do Piauí/FAPEPI e contrapartida da Embrapa 7,7 milhões de reais), resultando em avanços notáveis na pesquisa agropecuária e contribuindo na gestão do governo estadual.


Ainda na gestão de Guedes, a FAPEPI participou da Elaboração do Novo Marco Legal de CT&I (decreto n° 9.283 de 7 de fevereiro de 2018) e do Conselho Diretor da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO), que à época envolvia cerca de 200 pesquisadores, atuando em diversas áreas da Biotecnologia.


12ª Gestão - presidente: Antonio Cardoso Amaral


No período de 2019 a 2022, a FAPEPI teve como presidente o professor e Matemático, Antônio Cardoso do Amaral, cujos eixos de atuação em sua gestão foram centrados no desenvolvimento de CTI no Piauí; Financiamento de programa e projetos de pesquisa; Networking científico; Integração Universidade - Empresa - Sociedade; Fiscalização dos recursos subvencionados; e divulgação e publicação de resultados de pesquisa.


Na sua gestão destacam-se as seguintes ações: organização da Estrutura Legal, em que se destaca o Mapa Estratégico do Piauí 2019 – 2022; maior incremento em investimentos de CT&I, cujos valores passaram da cifra de R$ 8,3 milhões de reais, em 2019, para R$ 17 milhões de reais, em 2022; apoio à comunicação externa, com a reestruturação da página da FAPEPI; criação de novos programas e consolidação dos existentes; fortalecimento de programas técnicos-científicos, como: Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PBIC); Programa de Apoio à Pós-graduação (PAPG); implantação de Programa de Bolsas de Doutorado Fora do Estado (PBD), bem como do Programa de Apoio à Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação - PAPCTI (PDCTR), Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil e os programas de inovação, Centelha Piauí e o TECNOVA; apoio a bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica, tendo como resultado em sua gestão: 334 bolsas de iniciação científica, 133 de mestrado, 117 de doutorado e 06 de pós-doutorado.


13ª Gestão - presidente: João Xavier da Cruz Neto


A gestão atual, iniciada no ano de 2023, é presidida pelo segundo matemático, o professor da UFPI João Xavier da Cruz Neto, que assumiu a FAPEPI com o compromisso de lutar pela manutenção das conquistas das administrações anteriores, ciente de que cada uma, vivenciou diferentes momentos e contextos políticos, econômicos e de infraestrutura.


João Xavier tem como meta, avançar no desenvolvimento de pesquisa em áreas estratégicas em consonância com as prioridades definidas pelo programa de ação do governo Estado. Neste contexto, o presidente destaca, ações já implementadas que considera relevantes:


- Reajuste nos valores das bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado em março de 2023;

- Ampliação do número total de bolsas disponibilizadas pela FAPEPI, passando para o total de 250 beneficiados nas diversas modalidades;


- Apoio a 25 projetos de extensão, regidos pelo Edital nº 008/2022, com abrangência em 11 territórios de desenvolvimento do Piauí, associados aos potenciais de cada região, com pagamento de auxílio e bolsas;


- Lançamento e execução do Edital de apoio a eventos e popularização da ciência, que aportou recursos na ordem de R$ 576.000,00 em auxílio para 70 projetos aprovados;


- Lançamento e execução de edital do Programa de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (PAPG) com orçamento de R$ 6.096.000,00 para pagamento de 47 bolsas de mestrado e 12 bolsas de doutorado, beneficiando bolsistas de 18 PPGs nas áreas da Saúde, Educação, Engenharias, Humanas, Agrárias, Arqueologia, Exatas, Comunicação, Biotecnologia, Sociedade e Cultura.


- Lançamento e execução de edital contemplando políticas afirmativas - Programa de Apoio à Pesquisa Científica e de Inovação (PAPCTI), que visa apoiar a fixação de Jovens Cientistas no Estado do Piauí, com orçamento de R$ 1.124.000,00 para pagamento de auxílio e bolsas.


- Apoio ao projeto PROFRUTI, em parceria com a EMBRAPA Meio-Norte;


- Apoio as ações tecnológicas e sustentáveis para o desenvolvimento socioeconômico das atividades do Arranjo Produtivo Local da Opala (APL Opala);


- Apoio ao Programa Centelha II, que visa dar continuidade e estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Piauí;


- Apoio ao Programa TECNOVA III-FINEP, que visa selecionar propostas de Parceiros Operacionais Descentralizados no nível estadual, que tenham interesse em conduzir o repasse dos recursos de Subvenção Econômica para empresas brasileiras com faturamento anual de até R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais), nas respectivas Unidades da Federação;


- Estruturação da Rede de Pesquisa Hidrogênio Verde, considerando a forte inserção do Piauí na geração, armazenamento e distribuição de energias renováveis.


De acordo com o presidente todas as ações em desenvolvimento visam reforçar o fomento no sentido de ampliar a formação de quadro qualificado para os grandes projetos de desenvolvimento do Piauí, bem como fomentar a popularização da ciência, com investimentos inclusive para a iniciação científica e eventos de pequeno, médio e grande porte.


Desta forma, a FAPEPI completa 30 Anos, em um cenário caracterizado de ações bem sucedidas, reconhecidas pela comunidade piauiense diante dos avanços alcançados no contexto nacional e internacional, correspondendo, assim, aos anseios dos pesquisadores que se incorporaram na luta em prol de sua institucionalização, bem como dos sonhos dos que no cotidiano da academia tornam a pesquisa elemento propulsor do desenvolvimento de diversos setores da sociedade piauiense.

Parabéns a todos que fazem a FAPEPI pelos 30 anos de conquistas e realizações.∎




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